Influência da colina na saúde cognitiva
A colina é um composto orgânico, também conhecido como uma vitamina pertencente ao complexo B, mais especificadamente vitamina B8. Ela tanto pode ser produzida pelo organismo, quanto consumida via oral e alimentar ou ainda por suplementos.
A colina é o precursor necessário para a síntese de acetilcolina, neurotransmissor chave envolvido em funções relacionadas à memória e ao controle muscular. Ela pode ser encontrada em alimentos, onde em geral, os alimentos à base de plantas têm menor teor de colina do que alimentos de origem animal como ovos (na gema),fígado e carne bovina que se destacam pelo teor do ativo. Nos alimentos de origem vegetal, os brócolis se destacam.
Devido ao seu papel no metabolismo, a colina desempenha uma função importante relacionada a saúde cognitiva. Por um lado, já foi indicado que é necessária para a síntese do neurotransmissor acetilcolina. Por outro, sendo necessária para a síntese de fosfatidilcolina, essencial para a integridade da membrana e para manter a estrutura e função cerebral. E, finalmente, por ser necessária para a síntese de betaína, ela participa do metabolismo do 1-carbono mediado por folato e contribui para ametilação do DNA e das histonas, modulando a expressão de genes envolvidos na função e estrutura cerebral.
Em relação à função cognitiva, um suprimento adequado de colina desde os estágios iniciais da vida é essencial. Sabe-se que há um transporte ativo de colina através da placenta e que a ingestão da mãe condiciona os níveis fetais. Essa vitamina é especialmente importante para o desenvolvimento fetal e a estrutura da medula espinhal, de modo que a ingestão insuficiente pode afetar a memória de longo prazo e está possivelmente associada a defeitos do tubo neural (DTNs).
Assim, vê-se a importância de manter a ingestão adequada de colina durante a vida para garantira integridade e funcionalidade do cérebro. Neste sentido, deve-se levar em conta que existe um mecanismo específico de transporte ativo de colina através da barreira hemato - encefálica.
No entanto, a captação de colina pelo cérebro diminui com a idade. Por outro lado, essa capacidade de transporte cerebral de colina (que é proporcional às concentrações séricas) condiciona a síntese do neurotransmissor acetilcolina.Além disso, a administração de colina parece favorecer uma maior síntese defosfatidilcolina cerebral. Isto, juntamente com a ingestão frequente mais baixa de colina em pessoas mais velhas, aumenta a probabilidade de que a síntese defosfolipídios cerebrais e acetilcolina será menor, o que aumenta o risco de deterioração da função cognitiva.
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Existem alguns estudos de acompanhamento que buscaram compreender a relação entre colina dietética, função cognitiva e risco de demência em adultos. Poly et al. estudaram a associação entre ingestão de colina, função cognitiva e morfologia cerebral em uma coorte de 1.391 adultos sem demência. A ingestão de colina foi positivamente associada com a memória verbal e visual, enquanto a ingestão da vitamina mais cedo na vida foi associada com menor proporção de área shiperintensas na substância branca cerebral, o que é indicativo de menor atrofia cerebral. Também foi analisado a associação da ingestão de colina e a incidência de demência e função cognitiva em homens de meia-idade e idosos. Após um acompanhamento mediano de mais de 20 anos, os participantes com a maior ingestão de fosfatidilcolina tiveram um risco 28% menor de demência. Essa associação não foi observada com a ingestão de colina. Onde, tanto a ingestão total de colina quanto a de fosfatidilcolina foram associadas a um melhor desempenho cognitivo em testes de fluência verbal e memória. As principais fontes de fosfatidilcolina neste estudo foram os ovos, o que explica a associação anterior que esses mesmos pesquisadores já haviam observado entre maior ingestão de ovos e menor incidência de demência. O grupo de pesquisa também encontrou maior ingestão de ovos em idosos institucionalizados com melhores resultados em um teste de função cognitiva.
Muito tem sido divulgado que ácidos graxos contendo ômega3 desempenham um papel importante na atividade do sistema nervoso e que melhoram o desenvolvimento cognitivo juntamente com o aprendizado relacionado à memória de referências, aumenta a neuroplasticidade das membranas neurais e contribui para o início e transmissão das sinapses.
Em um dos estudos realizados, o foi examinar os efeitos da suplementação de Ômega 3 em alguns parâmetros cognitivos e fisiológicos onde os pacientes foram testados no início do experimento e depois de 35 dias. Neste período foi realizada a suplementação de Ômega 3 para 33 pacientes, com 4cápsulas contendo 200 mg de EPA e 100 mg de DHA cada, com alta pureza e baixo grau de oxidação. O grupo controle, com 16 pacientes recebeu azeite de oliva em cápsulas indistinguíveis visualmente. Testes envolvendo diferentes tipos de atenção foram utilizados e, para cada teste, o tempo de reação, potenciais de ação no EEG relacionados ao evento, a ENMG do músculo flexor do dedo indicador e o POMS (uma escala utilizada para avaliar o estado do humor) foram analisados.
Os resultados destes experimentos indicaram uma influência positiva do Ômega 3 nas funções cognitivas, aumentando as funções de atenção e fisiológicas, principalmente aquelas que envolvem o processamento complexo cortical.
Deste modo, suplementos compostos por colina, fosfatidilcolina e ômega 3 parecem atuar de forma positiva na saúde cognitiva.