O uso prolongado de melatonina traz alguma consequência? Efeitos, riscos e recomendações
O uso prolongado de melatonina pode afetar o equilíbrio natural do sono e influenciar hormônios relacionados ao ciclo circadiano. Embora seja útil para distúrbios temporários, seu consumo contínuo deve ser monitorado, pois efeitos a longo prazo ainda não são totalmente compreendidos.
Recentemente, uma notícia publicada pela imprensa internacional chamou a atenção ao sugerir uma possível associação entre o uso prolongado de melatonina e risco aumentado de falha cardíaca e morte.
O conteúdo foi baseado em um resumo (abstract) apresentado nas Scientific Sessions 2025 da American Heart Association (AHA) e não em um artigo científico completo.
Mas afinal, o que isso significa? É preciso se preocupar? Vamos entender o contexto e o que a ciência realmente mostra sobre o uso da melatonina.
Estudo preliminar: o que isso quer dizer?
Antes de tudo, é importante saber que os resultados citados ainda não foram revisados por outros cientistas (peer review) nem publicados oficialmente em um periódico científico.
Ou seja, trata-se de dados iniciais, que ainda precisam passar por análises mais rigorosas antes de gerar conclusões definitivas.
A própria American Heart Association, em seu comunicado oficial, reforçou que os resultados são preliminares e não demonstram relação de causa e efeito entre o uso da melatonina e doenças cardiovasculares.
O que o estudo realmente avaliou?
O trabalho analisou registros médicos de 130 mil adultos americanos com insônia crônica. Nesse grupo, comparou-se quem fazia uso de melatonina por pelo menos um ano com quem não tinha registro de uso do suplemento.
Aqui vale um ponto importante: a insônia crônica, por si só, é um fator de risco para problemas cardiovasculares.
Pessoas que dormem mal tendem a ter pressão arterial e frequência cardíaca mais elevadas, além de maior incidência de eventos cardíacos.
Por isso, não é possível afirmar que a melatonina seja a causa dos riscos observados o que o próprio The Washington Post destacou em sua cobertura do estudo: “os resultados demonstram associação, e não causalidade”.
O que já sabemos sobre a melatonina?
A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo nosso corpo, especialmente à noite, ajudando a regular o ciclo do sono e o ritmo biológico.
Seu uso em forma de suplemento é amplamente estudado desde a década de 1950 e, até hoje, não há evidências científicas robustas que indiquem riscos à saúde com o uso dentro das doses recomendadas.
Estudos mostram, inclusive, efeitos benéficos da melatonina em diversos sistemas do organismo como o imunológico, neurológico e cardiovascular além de seu potente papel antioxidante e anti-inflamatório.
A substância também está presente naturalmente no leite materno, variando conforme o período do dia, o que ajuda a regular o ritmo circadiano do recém-nascido. Isso mostra que a melatonina é parte fundamental dos processos biológicos humanos.
O que dizem as pesquisas até agora
Uma busca simples por melatonin cardiovascular system no Google Acadêmico retorna mais de 140 mil estudos científicos, demonstrando o extenso interesse da comunidade científica sobre o tema.
Até o momento, nenhuma dessas análises de risco apontou efeitos adversos significativos dentro das doses comumente usadas em suplementos.
Em resumo, o estudo divulgado recentemente sobre o uso prolongado de melatonina ainda é preliminar e não comprova uma relação direta de causa e efeito entre o suplemento e problemas cardíacos.
É importante lembrar que todos os participantes analisados apresentavam insônia crônica, uma condição que por si só já está associada a maior risco cardiovascular.
Além disso, a melatonina possui uma base científica sólida que confirma sua segurança quando utilizada dentro das doses recomendadas, sendo uma substância naturalmente produzida pelo nosso corpo e presente inclusive no leite materno.
Mesmo assim, vale sempre reforçar a importância de consultar um profissional de saúde antes de iniciar o uso de qualquer suplemento, garantindo que ele seja indicado de forma individualizada e responsável.
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